Amy Winehouse : Antes Depois
A idade média com que as crianças
começam a fumar cigarros é de 12 anos. Experimentam álcool aos 13. E fumam o
primeiro cigarro de maconha aos 14. E muitos jovens que usam drogas começam
antes dos 10 anos. Acreditar que seu filho nunca vai se envolver com drogas é
um grande perigo. Pesquisas mostram que o acesso de crianças às drogas é muito
mais fácil do que os pais imaginam. Porém, não há ninguém melhor do que os pais
e professores para vencer o desafio de manter um jovem longe da droga. Um
estudo realizado pela Parceria (Associação Parceria Contra as Drogas) em
janeiro de 1999 em cinco capitais brasileiras mostrou que, quando um jovem se
sente próximo da família tem menos chances de se envolver com álcool, cigarro e
outras drogas. Confirmou-se o que muitos pais acreditam: primeiro, que eles
podem ensinar os filhos a ver as drogas como um problema sério. Segundo, que
eles podem influenciar as decisões dos filhos em idade escolar – fase em que a
criança estrutura sua posição em relação às drogas. É importante retardar o
primeiro contato com as drogas, para que este aconteça quando o indivíduo já
estiver preparado para se posicionar frente a estas.
Mantendo
um diálogo - É importante conversar bastante com seu filho sobre drogas e
ser claro. Estudos mostram que os filhos gostariam que os pais conversassem
mais com eles. Os pais precisam se educar, para conversar sobre drogas, é
preciso estar tão bem informado quanto seu filho. Você deve ter informações
sobre as drogas mais comuns, os efeitos no cérebro e no corpo, os sintomas que
provocam, as gírias e como são utilizadas. Neste sentido sugiro para pesquisa
os sites do Centro Brasileiro de Drogas psicotrópicas - CEBRID
(www.unifesp.br), Einstein (www.einstein.br/alcooledrogas) e Grea/USP
(www.usp.br/fm/grea). A adolescência é um período cansativo para a família. A
comunicação é complicada. Mas se conseguir fazer seu filho crescer sem beber,
fumar ou tomar drogas, as chances dele manter hábitos saudáveis na vida adulta
são grandes. A influência dos pais desde cedo pode poupar o filho de
experiências negativas associadas ao uso de drogas.
Estabelecendo
regras - Estabelecer regras e limites não afasta os filhos dos pais. Eles
gostam de saber que seus pais se esforçam para educá-los, muitas vezes parece
insano, mas é imprescindível este esforço, os filhos precisam sentir que são
investidos pelos pais, e parecem querer reafirmar-se disto a todo o momento. Estabelecer
o que é permitido ou não, determinar um horário para voltar para casa e exigir
que telefonem e digam onde estão faz com que os filhos se sintam amados e
seguros. Não aplique penalidades que não tenham sido discutidas antes. Os
castigos devem corresponder aos limites impostos, de tal forma que seus filhos
entendam que há um resultado muito previsível quando uma regra é quebrada. As
penalidades que você determina devem ser razoáveis e relacionadas com a
infração.
Dando
o exemplo - No mundo adulto, a bebida é uma prática aceitável. É
perfeitamente normal tomar vinho no jantar, caipirinha no almoço ou cerveja no
fim de semana. Você estará enviando uma mensagem errada se preparar um drinque
com a intenção de aliviar a tensão ou curar uma tristeza ou beber até perder o
controle.
Pais que usam drogas colocam em
risco a sensação de segurança e proteção da criança e comprometem seus códigos
de moral. Não pense que eles não vão descobrir. Eles vão, e assim que isso
acontecer sua autoridade e credibilidade irá para o espaço. Pai e mãe são o
modelo mais importante e mais próximo da criança. Se eles não respeitam a lei,
por que o filho deveria respeitar?
Esclarecendo
sua posição - Não julgue que seu filho conhece a sua posição sobre álcool,
cigarro e drogas ilícitas. É preciso falar com ele e deixar a sua posição bem
clara. Se você for ambíguo e pouco firme, há o risco dele querer experimentar.
Diga-lhe que o proíbe de fumar, beber e usar drogas porque você se preocupa com
ele. Se uma criança tem dúvidas se pode os não fumar, beber ou usar alguma
droga, vai sempre se perguntar: “O que meus pais acham disso?”
Reforçando
os valores - Crianças aprendem com exemplos, com os valores que os pais
demonstram por suas ações. Ficam sensibilizados quando veem que os pais se
preocupam com os outros e os respeitam dão atenção aos mais necessitados e são
honestos em admitir os próprios erros. Embora saibamos que esses exemplos são
importantes, não é fácil ser consistente o tempo todo. Mas devemos estar
alertas. Mentiras “inocentes”, como esconder a idade, transmite uma mensagem
estranha à criança. “Não é errado mentir?” Ela vai se perguntar.
Buscando
momentos de encontro - Não é sempre possível achar tempo para conversar
sobre drogas com seu filho. Uma vida agitada e cheia de compromissos não
facilita a convivência, porém você pode buscar incorporar alguns rituais no seu
dia-a-dia. Pode estabelecer que, uma vez por semana, buscará seu filho na
escola e juntos tomarão um sorvete. Depois do jantar, ou antes, de deitar,
reserve alguns minutos para conversarem sobre acontecimentos do dia. Estabeleça
a rotina de bater papo – a comunicação é essencial para educar uma criança contra
as drogas.
Contando
a história familiar - Procure dar uma perspectiva positiva. Se as drogas
são um problema na sua família, diga à criança que, ao ficar longe delas,
evitará o sofrimento dos familiares e construirá um futuro bom.
Estas informações foram retiradas do “Guia de
Prevenção para Pais e Educadores – Crescendo sem Drogas”, revista da Associação
Parceria Contra as Drogas.